Lembro-me bem do dia que o homem chegou à Lua. Quer-se dizer... lembrar bem não me lembra, mas sei dizer que eu, mais a minha Amélia e mais a minha Justa, nos juntámos na colectividade lá do bairro a assistir pela televisão à aterragem, que em sendo na Lua há-de ser aluagem ou assim. Na altura aquilo fez-me um bocadinho de impressão... e ainda hoje tenho cá p'ra mim que aquilo, em calhando, não foi na Lua que eles se me aluaram... não sei, é assim uma espécie de pressentimento e eu, modéstia à parte, sou muito pressentida. Desde pequena. Até a minha madrinha Quinita me dizia: que pressentida que tu me havias de ter saído pequena. Dizia-me ela, tadinha, Deus a tenha lá com Ele muitos anos sem mim.
A mais nova da Ausenda da drogaria estava-me toda derretida com os astronautas. A mim fazia-me confusão não lhes ver a cara, tudo com muita chuva, embaciado e em esticado... é por isso que eu não me convenço. Tenho p'ra mim que aquilo era como nos filmes das léguas submarinas, era tudo em faz de conta, só p'ra inglês ver... foi o que eu pensei na altura e ainda hoje penso... e é só uma pessoa pensar um bocadinho, a gente quando olha para o céu ele é-me azul clarinho durante o dia e escuro quando é noite... ora se eles se me saíram de foguetão de dia porque é que uma pessoa via o céu todo às escuras na televisão... sinceramente... e depois, quem é que acredita que o foguetão me atravessava assim o céu daquela maneira... ainda se me ficava tudo furado... a Amélia diz que eu sou parva... tadinha... ela não sabe isto de eu ser pressentida. Bom... olha... cada um acredita no que quer, essa é que é essa.
Agora vou-me deitar que não me aguento das pernas... circulação... tá, tá.
Laurinha a Reformada
Durante umas obras numa cave em Sacavém encontraram-se estes escritos, não datados, assinados por Laurinha. Nada mais se sabe sobre ela. Publica-se aqui parte desses escritos na esperança de descobrir quem é Laurinha.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
terça-feira, julho 10, 2007
Ontem eu e a Justa mais a Amélia do onze fomos as três passear até à baixa. Apanhámos o autocarro e descemos no terreiro do paço. Aquilo sim é uma praça linda, pena que esteja cheia de carros. Podiam ajardinar aquilo, eu acho. Até comentei com a Amélia do onze: "Ó Mélia, (é como eu a trato) isto ficava lindo era com relva e umas arvorezinhas." Mas pronto, quem manda é quem sabe, e isto a gente vê e cala. Abeirámo-nos do rio. É tão lindo aquele sítio, o cais das colunas... há uma que está assim para o tortinho, qualquer ainda se me cai ao rio e depois não há quem a consiga tirar de lá. Olha como ó Tolan, diz que até veio gente do estrangeiro e tudo para ver como se havia de o tirar de lá e até agora é o que se vê. Eu até acho que se devia era pintar aquilo de branquinho para o realçar mais e era assim uma espécie de monumento. Eu tenho cá para mim que assim é que devia de ser. Arrelvava-se a praça, plantavam-se umas arvorezinhas, punham-se uns baloiços para a catraiada e umas mesitas para se piquenicar, pintava-se o Tolan de branco e endireitava-se a coluna torta do cais. Pronto.
Depois fomos as três ver montras. Subimos a rua dos Fanqueiros depois cortámos para a de Santa Justa e fomos até à do Carmo. Entrámos no Grandella e nos Armazéns do Chiado. Não comprámos nada, que isto agora não é cá época de se gastar dinheiro. Vimos as novidades e assim. Sempre dá para uma pessoa sonhar um bocadinho.
Quando nos deu a fome subimos até à Bernard para comer umas torraditas e beber um galão.
Já era noite quando cheguei a casa. Nem jantei nem nada, sentei-me no maple a ver um programa de variedades com a Ivone Silva e o Camilo de Oliveira. É muito bonito os bailados e tudo. Gostei.
Bom agora vou-me despachar que a Zhoraide, uma mulatinha marreca que me veio morar por de cima da tabacaria do senhor André, diz que me vai ensinar a fazer abajures com um papel que não me lembra agora o nome.
Tá, tá.
Depois fomos as três ver montras. Subimos a rua dos Fanqueiros depois cortámos para a de Santa Justa e fomos até à do Carmo. Entrámos no Grandella e nos Armazéns do Chiado. Não comprámos nada, que isto agora não é cá época de se gastar dinheiro. Vimos as novidades e assim. Sempre dá para uma pessoa sonhar um bocadinho.
Quando nos deu a fome subimos até à Bernard para comer umas torraditas e beber um galão.
Já era noite quando cheguei a casa. Nem jantei nem nada, sentei-me no maple a ver um programa de variedades com a Ivone Silva e o Camilo de Oliveira. É muito bonito os bailados e tudo. Gostei.
Bom agora vou-me despachar que a Zhoraide, uma mulatinha marreca que me veio morar por de cima da tabacaria do senhor André, diz que me vai ensinar a fazer abajures com um papel que não me lembra agora o nome.
Tá, tá.
quarta-feira, março 14, 2007
25 de Abril, sempre?
Lembro-me como se fora hoje do dia em que aconteceu o 25 de Abril.
Era-me uma quinta feira e eu nem ia ao serviço porque a Ausenda, que era uma colega minha dos serviços de saúde, me tinha marcado uns exames e umas análises e eu meti o dia. Isto já se sabe, isto de médicos é sempre um ror de horas perdidas nas salas de espera. O que vale é que sempre se vai conversando e conhecendo gente e assim.
Pois então que eu saí-me de casa pela manhã, direitinha à paragem do autocarro. Vinha eu e a Amélia do 11 que também me ia ao médico dos pés desencravar uma unha que se lhe tinha crescido para dentro, salvo seja. Isto era assim umas o quê? Umas dez da manhã por assim dizer, não é? Estávamos nós as duas no autocarro e de repente há assim um magala que se nos manda parar o carro... eu enervei-me logo porque puz-me a pensar cá para mim que se não apanhasse logo vez ficava todo o santo dia enfornada no consultório e nem à baixa podia ir ver as montras. Sei dizer que desci para a rua e comecei, eu mais a minha Amélia do 11 ,a gritar com o magala. Ele coitadito começou assim a corar um bocadinho e disse que estava a haver uma revolução. Olha, a Amélia começou logo a rir e a dizer que não podia ser. Ainda me lembra, dizia ela " Deixavam lá eles fazer-se uma coisa dessas". E tinha razão, aquilo as pessoas do antigamente não deixavam uma pessoa fazer nada. Mas o rapazito lá continuava a dizer que sim que era uma revolução. Eu olhei para a Amélia e ela para mim e olha, nem pensámos duas vezes, fomos direitinhas à baixa ver o que é que estava para lá a dar. Era a revolução sim senhora... assim tudo muito bonito a gritar coisas felizes para o ar... ainda nos deram uns cravos e tudo... eu fiquei com os da Amélia, porque ela tem-me a febre dos fenos e pedi uns para dar à Justa. Foi muito bonito o 25 de Abril. Tenho é pena que não fosse para sempre. Olhem para começar desmarcaram-me os exames e sabe lá Deus quando é que os fui fazer... a minha chefa subiu de categoria e foi um vê se te avias a mandar gente embora das secções... diz que eram formadores de não me lembra muito o quê... pronto eram gente do mal... mas também deviam ter em atenção as famílias e assim... é o que eu penso. E para mais quem ficou com o peso do trabalho dos outros quem foi? Eu e mais a Justa e a Dolores. A Maria de Lourdes subiu a chefe de secção e foi-se a ver também me era vermelha... eu não esperava, tão séria. E foi assim tudo muito depressa e a fazer-se tudo ao mesmo tempo, rasga ofício para aqui, queima processo para acolá... eu fiz o que me mandavam... mas é assim a vida.
Mas que foi bonito foi... nunca tinha visto tanta gente junta... é que antes não se podia... e tudo a rir muito feliz... Olha até se me está a vir as lágrimas ao olhos... tá,tá.
Era-me uma quinta feira e eu nem ia ao serviço porque a Ausenda, que era uma colega minha dos serviços de saúde, me tinha marcado uns exames e umas análises e eu meti o dia. Isto já se sabe, isto de médicos é sempre um ror de horas perdidas nas salas de espera. O que vale é que sempre se vai conversando e conhecendo gente e assim.
Pois então que eu saí-me de casa pela manhã, direitinha à paragem do autocarro. Vinha eu e a Amélia do 11 que também me ia ao médico dos pés desencravar uma unha que se lhe tinha crescido para dentro, salvo seja. Isto era assim umas o quê? Umas dez da manhã por assim dizer, não é? Estávamos nós as duas no autocarro e de repente há assim um magala que se nos manda parar o carro... eu enervei-me logo porque puz-me a pensar cá para mim que se não apanhasse logo vez ficava todo o santo dia enfornada no consultório e nem à baixa podia ir ver as montras. Sei dizer que desci para a rua e comecei, eu mais a minha Amélia do 11 ,a gritar com o magala. Ele coitadito começou assim a corar um bocadinho e disse que estava a haver uma revolução. Olha, a Amélia começou logo a rir e a dizer que não podia ser. Ainda me lembra, dizia ela " Deixavam lá eles fazer-se uma coisa dessas". E tinha razão, aquilo as pessoas do antigamente não deixavam uma pessoa fazer nada. Mas o rapazito lá continuava a dizer que sim que era uma revolução. Eu olhei para a Amélia e ela para mim e olha, nem pensámos duas vezes, fomos direitinhas à baixa ver o que é que estava para lá a dar. Era a revolução sim senhora... assim tudo muito bonito a gritar coisas felizes para o ar... ainda nos deram uns cravos e tudo... eu fiquei com os da Amélia, porque ela tem-me a febre dos fenos e pedi uns para dar à Justa. Foi muito bonito o 25 de Abril. Tenho é pena que não fosse para sempre. Olhem para começar desmarcaram-me os exames e sabe lá Deus quando é que os fui fazer... a minha chefa subiu de categoria e foi um vê se te avias a mandar gente embora das secções... diz que eram formadores de não me lembra muito o quê... pronto eram gente do mal... mas também deviam ter em atenção as famílias e assim... é o que eu penso. E para mais quem ficou com o peso do trabalho dos outros quem foi? Eu e mais a Justa e a Dolores. A Maria de Lourdes subiu a chefe de secção e foi-se a ver também me era vermelha... eu não esperava, tão séria. E foi assim tudo muito depressa e a fazer-se tudo ao mesmo tempo, rasga ofício para aqui, queima processo para acolá... eu fiz o que me mandavam... mas é assim a vida.
Mas que foi bonito foi... nunca tinha visto tanta gente junta... é que antes não se podia... e tudo a rir muito feliz... Olha até se me está a vir as lágrimas ao olhos... tá,tá.
terça-feira, março 06, 2007
A Amizade
A Amizade é bonita
É cor-de-rosa e azul-bébé
Nosso coração palpita
Mostra a pessoa como ela é
Das invejas eu não gosto
São verde-azeitona e creme
Dão ao coração um desgosto
E até a alma se nos treme
Maus fígados dão azia
E isso a gente não quer
Bom coração dá alegria
Dispõe bem e dá prazer
Tudo o que quero na vida
É ter amigas, saúde e bem-estar
Não quero invejosas de alma ferida
Que me apoquentem a paz do lar.
Laurinha
É cor-de-rosa e azul-bébé
Nosso coração palpita
Mostra a pessoa como ela é
Das invejas eu não gosto
São verde-azeitona e creme
Dão ao coração um desgosto
E até a alma se nos treme
Maus fígados dão azia
E isso a gente não quer
Bom coração dá alegria
Dispõe bem e dá prazer
Tudo o que quero na vida
É ter amigas, saúde e bem-estar
Não quero invejosas de alma ferida
Que me apoquentem a paz do lar.
Laurinha
segunda-feira, março 05, 2007
Apoquentação
Ando muito apoquentada. Eu sei que não devia, por causa dos meus nervos e assim... o médico até me disse que era para eu ter cuidado que me podia dar uma coisinha má... olha... como deu ao Alfredo da padaria... coitadinho... num minuto estava a gritar com o mais novo dele, o Paulo Jorge, e noutro estava esticadinho no chão, no meio das cestas das carcaças... um prejuízo já se vê...pois que ninguém ia comprar aquele pão a saber assim a morto. E o Paulo Jorge, coitadinho, tanta bofetada levou o miúdo naquela cara. Ainda parece que ouço a viúva do Alfredo, a Eulália, a gritar ao miúdo: mataste o teu pai! mataste o teu pai! mataste o teu pai! Eu tenho cá para mim que ela não devia ter dito aquilo ao pequeno, por mais que ele tenha enervado o pai ao ponto de o matar do coração... pronto, uma pessoa sabe que a criança foi a culpada, mas também não era preciso tanto alarido... apre! Olha... até foi isso mesmo que a Amélia do 11 disse à Eulália enquanto os bombeiros lhe arrancavam o Paulo Jorge das mãos... Apre! E tinha toda a razão. Nunca mais lhe passou o inchaço da cara, coitado do garoto... e diz que ficou com traumatismo por causa daquilo que a mãe lhe disse... coitadinho... nunca mais deu para a escola...
Bom... voltando à minha apoquentação... eu para ser sincera e franca ando assim uma bocadinho entristecida com isto de me ter aposentado... não é que que me queira ver outra vez naquele serviço com aquela chefe do demo que era a engenheira Isabel mais as vermelhices dela... não senhor, Deus me livre... mas faz-me assim falta andar pelos corredores, ir de secção em secção falar com as colegas, ir almoçar à cantina, ver os catálogos de roupa que a prima da Maria de Lourdes lhe trazia da França... pronto... sinto falta! Até de escrever ofícios à maquina eu tenho saudade...
Agora não sei... sinto-me assim esvaziada... faço a lida... ouço os parodiantes à hora do almoço... depois vou um bocadinho dar à língua até ao Zé da leitaria... e depois, olha, venho para casa, vejo a novela depois de jantar o meu peixinho cozido e escrevo um bocadinho antes de passar água pelas partes antes de me deitar... que eu sempre gostei de escrever, assim histórias pequeninas e poesias e assim... demoro é um bocadinho de tempo porque escrevo tudo à mão... não fosse a minha tendinite ainda me metia a comprar uma máquina de escrever... daquelas iguais à da chefe do demo... a prestações não me havia de sair cara... isto um bocadinho por mês e eu nem dava por isso... pois olha Laurinha que é isso mesmo que tu vais fazer. Até já se me está a subir umas sensações pela espinha acima. Em calhando ainda mando uma poesia minha prá "crónica feminina". Vou já ter com a Amélia do 11 e contar-lhe tudo. Tá, tá.
Bom... voltando à minha apoquentação... eu para ser sincera e franca ando assim uma bocadinho entristecida com isto de me ter aposentado... não é que que me queira ver outra vez naquele serviço com aquela chefe do demo que era a engenheira Isabel mais as vermelhices dela... não senhor, Deus me livre... mas faz-me assim falta andar pelos corredores, ir de secção em secção falar com as colegas, ir almoçar à cantina, ver os catálogos de roupa que a prima da Maria de Lourdes lhe trazia da França... pronto... sinto falta! Até de escrever ofícios à maquina eu tenho saudade...
Agora não sei... sinto-me assim esvaziada... faço a lida... ouço os parodiantes à hora do almoço... depois vou um bocadinho dar à língua até ao Zé da leitaria... e depois, olha, venho para casa, vejo a novela depois de jantar o meu peixinho cozido e escrevo um bocadinho antes de passar água pelas partes antes de me deitar... que eu sempre gostei de escrever, assim histórias pequeninas e poesias e assim... demoro é um bocadinho de tempo porque escrevo tudo à mão... não fosse a minha tendinite ainda me metia a comprar uma máquina de escrever... daquelas iguais à da chefe do demo... a prestações não me havia de sair cara... isto um bocadinho por mês e eu nem dava por isso... pois olha Laurinha que é isso mesmo que tu vais fazer. Até já se me está a subir umas sensações pela espinha acima. Em calhando ainda mando uma poesia minha prá "crónica feminina". Vou já ter com a Amélia do 11 e contar-lhe tudo. Tá, tá.
quarta-feira, agosto 16, 2006
Cravo e Canela
Ai santo Deus... ando maravilhada!
Começou a dar uma série nova na televisão. Eles chama-lhe outro nome... telenovela, parece-me. Que lindo que é!
É brasileira. Chama-se Gabriela... é a história de uma mocinha muito pobre, coitadinha, que me vem lá da terra dela para a cidade. Faz-me muito lembrar a minha história, sim senhor. Eu andava era um bocadinho melhor arranjada, com as pernas e os peitos menos ao léu, mas isto uma pessoa já sabe, no Brasil diz que se me faz mais calor. Mas a história é-me tão linda. Eu vou todos os dias para casa da Amélia do 11 ver. É por causa do filtro azul. Cansa menos a vista. Vou eu mais a Justa e a vizinha de cima da Amélia do 11, a Dª. Bárbara, do 11 também... já se vê. É simpática e muito dada, mas é um bocadinho opinativa. Tem génio o raios a partam da mulher. A gente a querer perceber o que o Nacib diz. O Nacib é um senhor da novela que para além de brasileiro é um bocadinho árabe, e a gente custa-se-nos a entender o que ele diz. E a Dª. Bárbara dizer coisas por de cima. Tenho cá para mim que ela é surda. Mas pronto é boa pessoa e assim. Às vezes está lá também a filha da Amélia, a Silvia Rute, que a gente trata por Rutinha. É uma rapariga muito sossegada, assim paradinha e encostada. Paradinha. Fuma é muito! Está sempre assim agarrada aos cigarritos. Isto as raparigas de hoje é são assim. Mas pronto, a Rutinha ao menos a gente não dá por ela, está lá sempre com os fumos e pronto.
Eu agora vou para a da Amélia ver outro capítulo. Parece que é hoje que a Maria Machadão vai dar uma desanda à Zarolha porque ela se esqueceu de mudar a água ao papagaio.
Tá, tá.
Começou a dar uma série nova na televisão. Eles chama-lhe outro nome... telenovela, parece-me. Que lindo que é!
É brasileira. Chama-se Gabriela... é a história de uma mocinha muito pobre, coitadinha, que me vem lá da terra dela para a cidade. Faz-me muito lembrar a minha história, sim senhor. Eu andava era um bocadinho melhor arranjada, com as pernas e os peitos menos ao léu, mas isto uma pessoa já sabe, no Brasil diz que se me faz mais calor. Mas a história é-me tão linda. Eu vou todos os dias para casa da Amélia do 11 ver. É por causa do filtro azul. Cansa menos a vista. Vou eu mais a Justa e a vizinha de cima da Amélia do 11, a Dª. Bárbara, do 11 também... já se vê. É simpática e muito dada, mas é um bocadinho opinativa. Tem génio o raios a partam da mulher. A gente a querer perceber o que o Nacib diz. O Nacib é um senhor da novela que para além de brasileiro é um bocadinho árabe, e a gente custa-se-nos a entender o que ele diz. E a Dª. Bárbara dizer coisas por de cima. Tenho cá para mim que ela é surda. Mas pronto é boa pessoa e assim. Às vezes está lá também a filha da Amélia, a Silvia Rute, que a gente trata por Rutinha. É uma rapariga muito sossegada, assim paradinha e encostada. Paradinha. Fuma é muito! Está sempre assim agarrada aos cigarritos. Isto as raparigas de hoje é são assim. Mas pronto, a Rutinha ao menos a gente não dá por ela, está lá sempre com os fumos e pronto.
Eu agora vou para a da Amélia ver outro capítulo. Parece que é hoje que a Maria Machadão vai dar uma desanda à Zarolha porque ela se esqueceu de mudar a água ao papagaio.
Tá, tá.
segunda-feira, julho 31, 2006
Penas de galinha e tachas
Tenho cá para mim que a Suzete me anda a fazer uns bruxedos ou assim umas coisas do mal. Não sei, é assim uma impressão que eu tenho. não é que eu seja pessoa para acreditar nessas coisas. Sou católica, das que pratica, sim... que eu não sou dessas que se dizem muito santas e que acreditam no nosso Senhor e até vão à missa e tudo, para serem vistas, e depois nas costas é a pouca vergonha que a gente sabe. Eu não! Vou à missa e quando peço não é só para mim... não senhor, é para os meus e para os que, coitadinhos, não têm nada. Por isso é que ainda não desisti da Suzete nem da Dolores que é assim também para o "leva e trás" e envenena um bocadinho. Mas agora isto de me aparecerem penas de galinha à minha porta e tachas debaixo da minha secretária é que já é demais. Tenho até andado com dores de cabeça e quebras na tensão. Ainda se me desmaio por aí e pode ser perigoso. E porquê Santo Deus... eu não tenho nada que ela também não tenha. Só porque... pronto, eu não gosto de me gabar e assim, mas pronto sou realista, ai pois sou... e a realidade é que eu sou assim um bocadinho mais bem apessoada que a Suzete... tenho assim um bocadinho mais de peito e pronto não sou assim desleixada no meu parecer. Arrelia-me pensar que eu me dou com pessoas, que até sou amiga delas e depois é isto. Estive mesmo vai não vai para descer até ao rés do chão, que é onde está o pbx, e lhe pregar um tabefe. Quem se me controlou os nervos foi a minha Justa... essa sim é amiga de verdade. Mas pronto agora é bom dia boa tarde e mais nada. Ela nem me pergunta nada... ela sabe... e ninguém me tira da ideia que a Dolores também sabe disto das penas e das tachas. Bom agora vou-me arranjar... eu mais a Justa mais a Amélia do 11 vamos à revista. Eu gosto assim duma boa revista de teatro... alegra-se-me assim a alma. Tá, tá.
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